Essa é uma verdade difícil de aceitar, pelo menos para mim. Passei toda a minha recente vida adulta repetindo para mim mesma que “todo mundo sabe escrever”. Quando escrevi um livro-reportagem, “ah, nada demais”. Quando Samuel (meu conje super perfeccionista) elogia meus textos, “ah, nem tá tão bom assim”. Quando minha colegas mais profissionais e críticas aprovam o que escrevo, “ah, qualquer pessoa faria isso”. E ainda me pergunto se tenho a famosa síndrome da impostora…
Mas recentemente tenho entendido que não, nem todo mundo faz isso. E eu precisei lutar muito para aceitar o fato sem me sentir pedante (acho que muitas mulheres foram acostumadas a não colher os louros do seu trabalho). Nem todo mundo conhece as palavras por dentro. Nem todo mundo consegue produzir um texto que é uma flecha no centro do alvo. Nem todo mundo “vê e entende a estrutura de um texto quase naturalmente” (Samuel me disse isso uma vez e nunca esqueci 🥹).
Daí que a segunda verdade difícil que eu estou digerindo é que talvez, apenas talvez, a aparente naturalidade com que as palavras brotam, se encontram e se organizam nessa dança de letrinhas que acontece na minha cabeça, talvez (de novo), seja porque… eu sei escrever (ufa!).
Sinto que, desde que escolhi a faculdade de jornalismo, estou tateando um jeito de encaixar minha relação com as palavras em um espaço pré-determinado, porque escrever nunca pareceu o suficiente. Eu precisava encontrar algum espaço que me coubesse. Mas agora estou fazendo o que deveria ter feito antes: apenas escrever. Escrever mais. E mais.
Hoje não vou finalizar pedindo desculpas pelo textão. Vou só compartilhar que espero mostrar mais da minha escrita neste espaço. Se você chegou até aqui, acho que não escrevi tão mal assim, né? rs :) obrigada!
